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Psicólogo – Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2000), Gestalt-terapeuta – Núcleo de Estudos e Treinamento em Gestalt-Terapia – CRP 05/PJ 0413/ RJ (2001), Psicopedagogo: Clínico-Institucional – Universidade Gama Filho (2006), Psicólogo Clínico – Instituto de Gestalt-terapia e Atendimento Familiar - CRPJ 05/0347 (2008), Supervisor de Estágio em Atendimento de Grupo na Abordagem Gestaltáltica para alunos de graduação - Instituto de Gestalt-terapia e Atendimento Familiar - CRPJ 05/0347 (08/2008 a 12/2010), Docente do Curso de Extensão em Medicina Aeroespacial (CEMAE), coordenada pelo Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica (2012 a 2015), Docente e Coordenador da Disciplina Comportamento nas Organizações da Pós-graduação em Gestão Pública, ministrado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (2013 a 2015) e Docente do Curso de Preparação de Instrutor (CPI), coordenado pelo Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica (2007 a 2016), instituição sediadas no Campus da Universidade da Força Aérea.

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O SEGREDO DA FELICIDADE


No texto anterior, estávamos falando sobre as implicações do processo de ampliação do nível de consciência sobre nossas escolhas no caminhar da existência. Neste momento, vale ressaltar uma pequena fábula para incrementar a nossa compreensão:


“Há muito tempo, havia um jovem rapaz, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade. Já havia viajado por muitos reinos, sem desvendar tal questão. Um dia, chegou a um belo castelo onde morava um sábio. O jovem precisou esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido. O sábio ouviu-o com atenção, mas lhe disse com serenidade que naquele momento não era possível. Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo palácio e voltasse dali a duas horas.” Entretanto, quero pedir-lhe um favor: carregue essa colher de chá com duas gotas de óleo sem deixar o óleo derramar. " O rapaz pôs-se a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao fim de duas horas, retornou à presença do sábio. "E então?" – perguntou o sábio – "você viu as tapeçarias da pérsia que estão na sala de jantar? Viu o jardim que levou dez anos para ser cultivado? O rapaz, envergonhado, confessou não ter visto nada. A sua única preocupação havia sido não derramar as gotas de óleo. "Pois então volte e tente perceber as belezas que adornam minha casa." – disse-lhe o sábio. Já mais tranquilo, o rapaz pegou a colher com as duas gotas de óleo e voltou a percorrer o palácio. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, atentando a todos os detalhes possíveis. De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que vira. "E onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei?" – perguntou o sábio. Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado. "Pois este, meu rapaz, é o único conselho que tenho para lhe dar: o segredo da felicidade está em saber admirar as maravilhas do mundo, sem nunca esquecer as duas gotas de óleo na colher."


As gotas de óleo simbolizam tudo que se refere a nossa intimidade: sentimentos, sensações, necessidades, valores e avaliações. Entretanto, caminhar contemplando o meio externo simboliza as escolhas que fazemos nas nossas relações com tudo que está ao nosso redor. Portanto, se apropriar de tudo isso é, ao mesmo tempo, um desafio constante e a chave para viver mais intensamente a nossa existência.
 
Essa fábula me fez lembrar um episódio da vida de Barry Stevens, narrado no livro “Não apresse o rio, ele corre sozinho”. Ela descreve como conseguiu se salvar de um afogamento. A situação estava se complicando, pois nadava com todas as suas forças na direção da areia sem obter êxito. O tempo passava e ficava cada vez mais difícil se salvar. No entanto, num dado momento, parou abruptamente e, numa fração de segundos, se deu conta de que estava com muito medo, cansada e perdendo as esperanças de conseguir se salvar. Esse momento de introspecção permitiu que percebesse o movimento da correnteza e, diante de todos esses dados, desistiu de nadar contra o fluxo de água, decidindo seguir a correnteza, de forma que começou a nadar em paralelo à praia até que aproveitou uma onda para atingir seu objetivo: salvar-se. 
O leitor mais atento deve ter percebido que essa história tem tudo a ver com a fábula e que a essência desse episódio não está numa técnica utilizada por pessoas que estão acostumadas com situações como essa, mas que, na verdade, o que salvou a vida de Barry Stevens foi o alto nível de consciência do momento presente. Enquanto ela mantinha o foco no seu objetivo, que era alcançar a areia, não saía do lugar e a partir do momento que deslocou o foco para o que estava acontecendo com ela, no aqui e agora, interna e externamente, ela abriu espaço para salvar a sua vida. Portanto, o futuro passa, necessariamente, pelo contato intenso com o presente.
Esse processo requer muita paciência com as próprias limitações, com seu ritmo de crescimento e com a disponibilidade para lidar com as mudanças inerentes à ampliação do nível de consciência. Aliás, a paciência é uma virtude importantíssima e que não ficou de fora da nossa fábula. Paciência com o outro e, principalmente, consigo mesmo. Portanto, seja feliz, ou melhor, viva de uma forma mais intensa. Esse é o convite que faço a todos para o próximo ano. Boas Festas!!!

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